Roma quando queima

 Eu sei que falamos muitas vezes sobre isso, sobre o quanto dá barato sonhar, e blá blá blá. Não sou contra sonhar, só não gosto de pirar na fantasia desmedida. Eu gosto de imaginar e ligar a minha realidade à isso. Asfaltar o caminho até alguma concretização. Construção de paraísos carnais, alguns artificiais, mas sempre sensoriais. Preciso da prática, da experiência, mesmo que seja por um tempo curto.

Eu cheguei à essa conclusão atravessando a Av. Jardim Botânico, depois do nosso último encontro. Eu sabia que era o último, e mesmo assim, tudo que eu sentia era euforia. Pela vida, por você e por mim. Pela qualidade muito especial do que tivemos. Foi atravessando a rua, no meio da faixa que separa as duas vias, que me subiu o tal do fogo de quando algo mágico está acontecendo. Nunca vou esquecer aquele dia frio e cinzento no Jardim Botânico, quase dois anos depois que nos conhecemos. Você estava lindo, de preto. Eu estava linda, de preto. Os dois queimando por dentro. Eu só queria que você soubesse alguma coisa sobre mim. É normal a gente sentir saudade, é normal. É normal achar que as coisas nunca vão passar. Fiquei em silêncio, só sentindo e eternizando o momento por dentro. E ficamos nos olhando por muito tempo. Era o fim.

Virei as costas e fui embora. Coloquei Baby da Gal Costa no Ipod. A música do casal-bicho. Foi nesse momento que eu atravessei a rua e tive a certeza de que eu nasci pra viver as paixões da minha alma, mesmo que elas tenham um fim. Até porque tudo tem um fim. Mas se não for a vida por essa situações, eu sequer posso dizer que existi.

Muito obrigada por tudo.

vida nova, túnel novo

"Essa é a mágica, Tepedino, livre interpretação.." 

Meu pai no Facebook


Beleza. Preciso pensar melhor agora.

beleza convulsiva

"Convulsive beauty will be veiled-erotic, fixed-explosive, magic-circumstantial, or it will not be.”

André Breton, Mad Love

XI - A FORÇA ou O TESÃO

"O que meu gosto deseja é o amarelo intenso e o roxo quente — mistura de sangue com todas as cores. "